terça-feira, 28 de outubro de 2014

Roraima – Cenário agrícola

O estado de Roraima é um dos menos desenvolvidos economicamente, possuindo o menor PIB do Brasil. Atualmente, os setores do serviço público e privado contemplam a maior parte da população devido à inexpressividade do setor industrial. Aliado a isto, grande parte do território do estado constitui-se área de preservação ambiental e terras indígenas. Estas ultimas abrangem 43,61%, quase metade da área territorial de Roraima.


Terras indígenas no estado de Roraima (IBGE, 2008)
Fonte: http://teen.ibge.gov.br/mao-na-roda/protecao-ao-meio-ambiente-unidades-de-conservacao-e-terras-indigenas (Adaptado)

As características de baixa fertilidade dos solos do estado, especialmente a elevada saturação por alumínio, não impediram a realização e expansão da produção agrícola. O manejo adequado permite os investimentos nas produções de monoculturas como arroz, soja, milho, algodão, dendê, entre outros, além das produções de base de subsistência e agricultura familiar que atendem o mercado interno e também o estado do Amazonas. Vale destacar o apoio do governo do estado para a ampliação do agronegócio.
Atualmente a soja é o principal produto de importação em Roraima com plantação de aproximadamente 18 mil hectares com meta para atingir 100 mil hectares. 

Fonte: http://revistagloborural.globo.com

Nesse sentido, apesar das demarcações das terras indígenas, especialmente a ampliação da reserva Raposa Serra do Sol, há a intenção de transformar Roraima em uma "nova fronteira agrícola" com o investimento do governo em infraestrutura para o escoamento da produção.



Por: Joanéia Oliveira Ribas e Patrícia Moreira Herksedek



Referências:

CARLOS, José. Brasil - Participação das Terras Indígenas nos Estados (UF’s). Disponível em: http://cartageografica.blogspot.com.br/2013/06/brasil-participacao-das-terras.html. Acesso em: 28/10/2014.


Vista, Folha de. Soja já desponta como principal produto de exportação roraimense. Disponível em: http://www.folhabv.com.br/novo/noticias/view/id/218/titulo/Soja+já+desponta+como+principal++produto+de+exportação+roraimense. Acesso em: 28/10/2014

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Roraima: povos indígenas e violência

Os principais conflitos que ocorreram em Roraima contra os povos indígenas fortificaram a questão dos direitos humanos. Por muito tempo os povos indígenas não possuíam direitos e não eram reconhecidos socialmente o que restringiu a posse, o usufruto e a demarcação de terras. A ocupação da terra, exclusivamente pelos garimpeiros, rizicultores e fazendeiros acabou gerando violência na região. 


Fonte: https://mobilizacaonacionalindigena.files.wordpress.com

       Com o tempo essa questão foi lapidada e em 1980 a participação dos grupos indígenas foi fundamental na tomada de decisões e na organização para que se cumprisse seus direitos nos fóruns deliberativos e assembleias anuais. Em 1988 a Constituição Federal foi primeira a expandir os direitos dos povos indígenas. Porém, a legalidade em favor dos povos indígenas por si só isso não bastava, seria necessário garantir um conjunto de ações a partir de iniciativas públicas, da sociedade civil e da própria comunidade indígena.
Paulo Santilli (2001), em sua obra "Pemongon Patá: Território Macuxi, Rotas de Conflitos", analisando o período do final do século XX ao início do século XXI e os embates conflituosos na área Raposa Serra do Sol, identifica o roteiro histórico das principais crises envolvendo o grupo étnico Macuxi. Nessa obra fica explícito os motivos do embate entre brancos e índios que são motivados pela disputa da terra. De um lado, o fazendeiro se aproximava e buscava amizade para ganhar confiança dos índios como o objetivo de conquistar terras posteriormente. Do outro, os índios deixavam-se levar pela conversa dos brancos em troca de proteção e alimentos.          
A ocupação da terra exclusivamente pelos fazendeiros, garimpeiros e rizicultores acabou gerando hostilidade. A partir de interesses estabelecidos, instalou-se a matriz que resultou em discórdias, confusões, conflitos, mortes, torturas, ou seja, violência pela ocupação da terra.





Por: Graciele da Silva Raimundo


Referencias 

SANTILLI, Paulo. Pemongon Patá: território macuxi, rotas de conflitos. São Paulo: UNESP, 2001.

SILVA, Paulo Rodrigues da. Simões, Sulamita Oliveira. Violência contra os  povos indígenas em Roraima: uma questão de Direitos Humanos. Em Tempo de Histórias Publicação do Programa de Pós-graduação em História da Universidade de Brasília (PPGHIS/UnB) Nº. 21, Brasília, ago. – jul. 2012. ISSN 2316-1191