Localizado
ao norte da bacia amazônica, o estado de Roraima deve sua ocupação territorial
a processos históricos e políticos peculiares. Desde o século XVI sua área foi
alvo de disputa entre ingleses, holandeses, espanhóis e portugueses. O
território ocupado por povos indígenas foi apropriado pelos portugueses
efetivamente na segunda metade do século XVIII seguido pela instalação de uma
fortificação militar (Forte São Joaquim).
Para expandir e garantir a
posse da região o comandante Lobo D’Almada introduziu gado bovino em fazendas,
o chamado modelo de "ocupação pela pata do boi". A ação política colonizadora
começou a partir desse momento e com o estabelecimento de povoamentos sob
influência religiosa constituídos principalmente por indígenas a fim de se
resguardar o território para a coroa portuguesa.
A Freguesia de Nossa Senhora
do Carmo foi estabelecida em 1858 com o objetivo de se obter uma melhor gestão
administrativa da região. A Fazenda Boa Vista fundada por Inácio Lopes de Magalhães em 1830 foi definida como sede.
No século XX a ordem
religiosa dos Beneditinos chegou a Boa Vista a fim de catequizar os índios,
porém enfrentaram o poder dos grandes fazendeiros e comerciantes que não
queriam perder a dominação que exerciam sobre estes. Também neste século a
atividade mineral proveniente da descoberta de garimpos de ouro e diamante gerou
um fluxo migratório que contribuiu significativamente para o desenvolvimento
econômico e para o crescimento populacional na época. Ainda, a descoberta de
diamante na Serra do Tepequém no final de 1930 leva a uma grande migração de
garimpeiros de várias regiões do país. Nesse contexto, a população indígena também
perdia seu espaço obrigada a confinar-se em áreas menores.
A partir da Proclamação da
República no país a Freguesia de Nossa Senhora do Carmo passou a ser o município
de Boa Vista do Rio Branco em 1890. Até o inicio da década de 1940 a região se encontrava
desassistida pelo poder central. No governo do Presidente Getúlio Vargas houve
projetos para as áreas de fronteira Amazônica, como a criação do Território
Federal do Rio Branco em 1943 (Território Federal de Roraima – 1962) e o
estabelecimento de Boa Vista como sua capital.
A dificuldade de acesso à região e a falta de estimulo para o assentamento da população levou o Governo Territorial a construir a infraestrutura necessária para o desenvolvimento local. A implantação de estradas, principalmente entre Boa Vista e Caracaraí, barateou os alimentos e possibilitou a diminuição do custo de vida da população. Em 1988, com a promulgação da Constituição Brasileira, o território foi elevado a Estado da Federação e passou a ter 15 municípios em 1997.
A dificuldade de acesso à região e a falta de estimulo para o assentamento da população levou o Governo Territorial a construir a infraestrutura necessária para o desenvolvimento local. A implantação de estradas, principalmente entre Boa Vista e Caracaraí, barateou os alimentos e possibilitou a diminuição do custo de vida da população. Em 1988, com a promulgação da Constituição Brasileira, o território foi elevado a Estado da Federação e passou a ter 15 municípios em 1997.
Por: Patrícia Moreira Herksedek
Referências:
BARBOSA, Reinaldo Imbrozio.
Ocupação humana em Roraima I. Do histórico colonial ao início do assentamento
dirigido. Bol. Mus. Par. Emílio Goeldi, 9 (1): 123-144.
FREITAS, Aimberê. Geografia
e História de Roraima. Manaus: Ed. Grafima, 1986.
SANTOS, Adair J. Roraima:
História Geral. Boa Vista: UFRR, 2010.